quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Teólogo aponta o ‘esfriamento’ das igrejas evangélicas no Brasil e critica teologia da prosperidade em seu livro


O novo livro de Augustus Nicodemos “O culto segundo Deus – A mensagem de Malaquias para a igreja de hoje” tem sido visto como uma “espada afiada” para ajudar a identificar e revelar um esfriamento nas igrejas evangélicas do Brasil.
Nicodemus, que é teólogo e pastor presbiteriano, aborda em seu livro princípios relativos à adoração a Deus. Ele expõe através de seu livro os problemas expostos pelo profeta Malaquias e compara com os da igreja brasileira nos dias de hoje.
De acordo com Nicodemus, a profecia de Malaquias foi proferida e registrada em um contexto muito parecido com o que os evangélicos vivem hoje no Brasil, no qual adorar a Deus parece não fazer diferença visível na vida dos que o buscam constantemente nos locais de culto.
“Ao longo da história, nem sempre ficou claro para os cristãos o privilégio que têm de adorar a Deus, ser-lhe leal e fazer sua vontade. Qual é o proveito de servir a Deus, cultuá-lo e dedicar tempo para honrá-lo?”
O teólogo faz uma analogia entre o povo de Israel e os atuais cristãos brasileiros. Para ele, alguns setores da igreja evangélica, especialmente nas igrejas chamadas de missão ou históricas, estão passando por um período de esfriamento.
Nicodemus aborda a questão que muitos debatem atualmente sobre a “problemática” teologia da prosperidade. Ele compara o questionamento do amor de Deus pelo povo, que era muitas vezes medido por meio de coisas materiais e de sua situação financeira.
“Na época de Malaquias, o povo de Deus passava por uma grande crise econômico e financeira (…). O povo então começou a questionar a Deus se de fato Deus amava os judeus, como Malaquias dizia. Este questionamento decorria do fato que eles estavam medindo o amor de Deus pela prosperidade financeira, como as igrejas neopentecostais da teologia da prosperidade ensinam hoje o povo a fazer.”
Nicodemus acredita que por causa da influência da teologia da prosperidade, muitos “evangélicos” só enxergam a Deus nas bênçãos materiais e como resultado, quando as mesmas faltam, questionam o amor de Deus e deixam as igrejas.
Para ele, a teologia da prosperidade é uma heresia, e, portanto quem a adota e ensina, não pode ser considerado como enviado de Deus para abençoar o povo.
O problema da teologia da prosperidade, explica ele, é que a melhoria financeira é colocada como o alvo principal do Evangelho e do relacionamento da pessoa com Deus, sendo Deus apresentado como aquele que pode resolver todos os problemas financeiros e de saúde se tão somente as pessoas contribuírem sacrificialmente para a igreja.
“O maior problema das pessoas não é financeiro, mas espiritual e isto fica em segundo plano na teologia neopentecostal”.
O livro, que praticamente já esgotou a primeira edição com menos de dois meses de publicação, também aborda o desânimo do povo, o desinteresse dos pastores, a desobediência aos princípios de culto e a falta de coerência entre a vida e a adoração a Deus.

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